Hoje eu estava conversando com meu sobrinho sobre meu filme preferido. Ele ficou interessado em ver Pulp Fiction, depois de eu falar com tanta paixão. Tudo bem, a Lindona falou que ainda não era hora de uma criança ver um filme tão violento. Mas essa parte de censura e qual é o tempo certo para o Theo, ou qualquer criança, ter contato com vida real, eu escrevo um texto depois.
Mas Theo, eu já queria falar um pouco com você sobre filmes. Eu tenho que te dizer: alguns amigos meus falam que meu gosto para cinema não é dos melhores. Para outros, eu tenho o gosto muito comercial.
Explico: fui assistir uma vez a Cinema, Aspirinas e Urubus. É sobre um alemão que desfila pelo sertão nordestino vendendo aspirinas e por lá vai encontrando várias pessoas e situações. Achei delicado, oportuno, cheio de vigor. Meus amigos acharam chato e sem final. Por outro lado, não consigo imaginar minha vida cinematográfica sem Batman, o Cavaleiro das Trevas. É cadenciado, sombrio, verdadeiro. Mas também um verdadeiro blockbuster, para o qual muitos de meus colegas intelectuais torceram o nariz.
Eu não me importo. Para mim, cinema tem só a ver com gosto. Cinema é paixão, é detalhe que mexe com um ponto obscuro dentro da sua alma, da sua mente, é sentimento jorrando quente e que realmente diz algo para você. Taí uma coisa que acho que influenciarei você com mais vigor. Vou assistir novamente a um monte de filmes com você, de acordo com o seu crescimento intelectual. Que tal alguns desenhos antigos, como Fantasia? Depois uns mais modernos, como Toy Story (tá, não é muito novo, mas é fantástico!). Mais tarde, algo para mexer com sua imaginação: O Senhor dos Anéis, O Tigre e o Dragão, ET, Guerra nas Estrelas. Aí passamos para algo mais denso, como Brilho eterno de uma mente sem lembranças, Fargo, Faça a coisa certa, Blade Runner. Quando seu senso de humor estiver um pouco mais apurado, vamos para Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Quanto mais quente melhor.
E depois dá para desfilar com Ladrões de Bicicleta, Sindicato dos Ladrões, Juventude Transviada, Um corpo que cai, O poderoso chefão, Taxi Driver, Paris Texas, Platoon, A liberdade é azul, A igualdade é branca, A fraternidade é vermelha. Por fim, vamos aos antigos e mais difíceis de se agüentar em uma vida tão acelerada como é hoje: O encouraçado Potemkin, Metropolis, alguns do Charles Chaplin, Sem novidade no front (assisti outro dia: um verdadeiro discurso pacifista), A regra do jogo (o do Renoir), As vinhas da ira, Cidadão Kane.
E ainda dá para você me ensinar alguma coisa: nunca consegui gostar de Fellini. Quem sabe não é você quem vai me fazer descobrir mais um clássico para assistir?
5 comentários:
É Lindão, sem noção querer q o Miguel veja agora Pulp Fiction, isso só qd ele tiver no mínimo 12 anos (e olhe lá). O Miguel ficou bravo q eu vetei ele e disse q eu não estou convidada para a sessão de cinema dele com tio Leo hahahaha...
Eu adoooro filmes mas sou muito comercial mesmo, desses aí não vi quase nenhum e odeio filmes muito paradões, muito violentos, muito cult... hehehehe
TE AMO meu nerdinho =)
Eu vou dar de presente pra ele "Garganta Profunda" e "Buttman no carnaval do Rio".
Tudo tem sua hora. Não pule etapas só para ter um filho extremamente culto, que entende de tudo. Ele terá suas vontades, sua personalidade. Olha o Miguel pediu o livro "Guiness book - 2009 " de presente!!
E, nada de pulp fiction agora e quem está vetando é a repressora da mãe...
Beijos...Débora
Vejam só onde estou me metendo: entre a repressão e um tarado de mão cheia (literalmente)...
Theo, ainda bem que vc não vai ser a Lis, porque senão eu e sua mãe iríamos te levar pra assistir aqueles filmes bobos que a gente adora desde sempre....aqueles fimes que a gente chora com toda força e se identifica na primeira cena....nem preciso falar o tipo de filme, né??.....seu pai iria ficar irado com a gente.
Bjos pra sua família
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