terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Luz, câmera, ação!


Hoje eu estava conversando com meu sobrinho sobre meu filme preferido. Ele ficou interessado em ver Pulp Fiction, depois de eu falar com tanta paixão. Tudo bem, a Lindona falou que ainda não era hora de uma criança ver um filme tão violento. Mas essa parte de censura e qual é o tempo certo para o Theo, ou qualquer criança, ter contato com vida real, eu escrevo um texto depois.
Mas Theo, eu já queria falar um pouco com você sobre filmes. Eu tenho que te dizer: alguns amigos meus falam que meu gosto para cinema não é dos melhores. Para outros, eu tenho o gosto muito comercial.

Explico: fui assistir uma vez a Cinema, Aspirinas e Urubus. É sobre um alemão que desfila pelo sertão nordestino vendendo aspirinas e por lá vai encontrando várias pessoas e situações. Achei delicado, oportuno, cheio de vigor. Meus amigos acharam chato e sem final. Por outro lado, não consigo imaginar minha vida cinematográfica sem Batman, o Cavaleiro das Trevas. É cadenciado, sombrio, verdadeiro. Mas também um verdadeiro blockbuster, para o qual muitos de meus colegas intelectuais torceram o nariz.

Eu não me importo. Para mim, cinema tem só a ver com gosto. Cinema é paixão, é detalhe que mexe com um ponto obscuro dentro da sua alma, da sua mente, é sentimento jorrando quente e que realmente diz algo para você. Taí uma coisa que acho que influenciarei você com mais vigor. Vou assistir novamente a um monte de filmes com você, de acordo com o seu crescimento intelectual. Que tal alguns desenhos antigos, como Fantasia? Depois uns mais modernos, como Toy Story (tá, não é muito novo, mas é fantástico!). Mais tarde, algo para mexer com sua imaginação: O Senhor dos Anéis, O Tigre e o Dragão, ET, Guerra nas Estrelas. Aí passamos para algo mais denso, como Brilho eterno de uma mente sem lembranças, Fargo, Faça a coisa certa, Blade Runner. Quando seu senso de humor estiver um pouco mais apurado, vamos para Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Quanto mais quente melhor.

E depois dá para desfilar com Ladrões de Bicicleta, Sindicato dos Ladrões, Juventude Transviada, Um corpo que cai, O poderoso chefão, Taxi Driver, Paris Texas, Platoon, A liberdade é azul, A igualdade é branca, A fraternidade é vermelha. Por fim, vamos aos antigos e mais difíceis de se agüentar em uma vida tão acelerada como é hoje: O encouraçado Potemkin, Metropolis, alguns do Charles Chaplin, Sem novidade no front (assisti outro dia: um verdadeiro discurso pacifista), A regra do jogo (o do Renoir), As vinhas da ira, Cidadão Kane.

E ainda dá para você me ensinar alguma coisa: nunca consegui gostar de Fellini. Quem sabe não é você quem vai me fazer descobrir mais um clássico para assistir?

5 comentários:

Anônimo disse...

É Lindão, sem noção querer q o Miguel veja agora Pulp Fiction, isso só qd ele tiver no mínimo 12 anos (e olhe lá). O Miguel ficou bravo q eu vetei ele e disse q eu não estou convidada para a sessão de cinema dele com tio Leo hahahaha...
Eu adoooro filmes mas sou muito comercial mesmo, desses aí não vi quase nenhum e odeio filmes muito paradões, muito violentos, muito cult... hehehehe
TE AMO meu nerdinho =)

Felipe disse...

Eu vou dar de presente pra ele "Garganta Profunda" e "Buttman no carnaval do Rio".

Anônimo disse...

Tudo tem sua hora. Não pule etapas só para ter um filho extremamente culto, que entende de tudo. Ele terá suas vontades, sua personalidade. Olha o Miguel pediu o livro "Guiness book - 2009 " de presente!!
E, nada de pulp fiction agora e quem está vetando é a repressora da mãe...
Beijos...Débora

Leo disse...

Vejam só onde estou me metendo: entre a repressão e um tarado de mão cheia (literalmente)...

Anônimo disse...

Theo, ainda bem que vc não vai ser a Lis, porque senão eu e sua mãe iríamos te levar pra assistir aqueles filmes bobos que a gente adora desde sempre....aqueles fimes que a gente chora com toda força e se identifica na primeira cena....nem preciso falar o tipo de filme, né??.....seu pai iria ficar irado com a gente.

Bjos pra sua família