sábado, 29 de novembro de 2008

O seu coração, Theo

Não tem jeito de me acostumar. Toda vez que a gente vai ao médico e eu ouço aquelas batidas rápidas e contumazes do coração, o rosto do Theo me aparece na mente. É feito um milagre, sabe? Então eu deixo aqui para você, Theo, uma música pra embalar seu sono essa noite. Deus te abençoe.

Téo e a Gaivota

(Marcelo Camelo)

É de imaginar bobagem
quando a gente liga na televisão
toda dor repousa na vontade
todo amor encontra sempre a solidão
todos os encontros todos os poemas
manda me avisar
todos os embates todos os dilemas
manda me avisar
manda me avisar
eu sei
todo ser humano
pode ser um anjo

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Momento de besteira

Essa eu "capturei" de um site chamado http://www.perguntascretinas.com.br/

Eu sei que vai acontecer comigo...

"Eu estava fazendo as malas para uma viagem de negócios e minha filha de 3 anos estava se divertindo muito brincando na cama. A certa altura, ela disse:

- Papai, olha aqui!

E esticou a mãozinha mostrando dois dedinhos. Tentando mantê-la distraída, eu me aproximei e coloquei os dois dedinhos dela na minha boca dizendo:

- Papai vai comer os seus dedinhos! -, fingindo comê-los antes de sair correndo do quarto.

Quando voltei, minha filha estava em pé na cama olhando para os dedos, com uma carinha muito desolada. Eu disse:

- O que houve, docinho?

E ela respondeu:

- Cadê a minha meleca?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A Cultura do Medo

– Moço, eu não estou andando sozinho, viu?
Na verdade, eu já tinha notado. Cinco passos atrás estava a mãe ou, enfim, quem estava acompanhando aquela menina de sete, oito anos. Primeiro achei engraçado aquela observação. Depois comecei a pensar em como os pais influenciam e já desde de muito cedo definem boa parte da personalidade da criança. E do futuro adolescente. E do futuro adulto. O que mais me impressiona na observação da menina é o medo. E essa Cultura do Medo (o termo não é meu) cada vez mais presente.

Não estou falando que não exista a violência, que o mundo hoje não seja inseguro ou colocando a culpa na mídia por essa opressão. Só não quero criar você, Theo, em um ambiente que, mais do que violento, seja temeroso pela nossa própria vontade. Não é uma percepção só minha. "Em nenhum momento da história tantas pessoas tiveram tanto medo", escreve Paulo Sérgio Pinheiro na introdução do livro A Cultura do Medo, do norte-americano Barry Glassner. E mais: "Não existe terror no estrondo, apenas na antecipação dele", diz Alfred Hitchcock. E o próprio Glassner indica: "É melhor que aprendamos a pôr em dúvida nossos medos supervalorizados antes que eles nos destruam. Os medos válidos têm sua razão de ser: dão-nos dicas sobre o perigo. Os medos falsos e exagerados causam apenas apuros".

É isso, Theo. Não quero criar você em um mundo de medo. Apenas apontar para você quais as causas do terror, da violência e do próprio medo. Tudo para que você não se antecipe ao ver um estranho caminhando em sua direção e se mostre um ser tão vulnerável. Como todos nós somos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Desperta o gigante brasileiro..."


Theo, você vai ouvir muitas coisas sobre Brasília. Mas o pior é que eu, seu pai, não serei o primeiro a defender a cidade. Como várias outras pessoas, tenho uma série de ambigüidades sentimentais sobre a "capital da esperança". É muita paixão e ódio, empolgação e preguiça, vontade de abraçar e pregar em uma cruz.
Brasília tem a mesma força para me desinflar e olhar sem esperança para frente como para me direcionar para um horizonte amplo e me inspirar.
A cidade dos churrascos-nas-casas-dos-amigos-dos-Lagos e dos shoppings-lotados-no-sábado também é o lugar onde vivi toda minha vida, fiz meus amigos, chorei amores, me apaixonei e encontrei minha alma gêmea. Ao mesmo tempo em que eu reclamo que aqui não tem nada para se fazer, não consigo encontrar um tempo no fim de semana para ler um livro ou assistir a um jogo do Campeonato Inglês, de tantos compromissos. E mesmo sendo um cara caseiro, que não gosta muito de sair, tenho aí uma média de cinco ou seis festas-com-dança por ano. Pode crer, Theo, é um exagero para o seu pai.
Não aceito que falem mal de Brasília porque a cidade é a terra dos políticos corruptos. E de onde vêm esses políticos? Não aceito que falem mal de Brasília porque é uma terra onde tudo é distante. E o diabo do trânsito de São Paulo e Rio de Janeiro? Não aceito que falem mal de Brasília porque a cidade é a terra onde nada se tem para fazer. Vocês já vieram a Brasília para saber se isso é verdade?
Mas, cá entre nós, eu gosto de falar mal de Brasília. Desde que seja só eu e os candangos. É tipo aquela propaganda de um chinelo em que o ator e o dono da barraca na praia metem o pau no Brasil. Mas chega um argentino e se intromete. Aí o Brasil se torna o melhor lugar do mundo. E eu vou dar esse gostinho para cariocas, paulistas, gaúchos, pernambucanos etc?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dias perfeitos


Theo, acabei de pensar em alguns dias perfeitos para cada fase das nossas vidas. Na verdade, por enquanto, é a minha visão de perfeito. Depois que você tiver capacidade de falar qual o seu conceito de perfeição, aí a gente conversa... Ah, sua mãe não está presente porque é um dia só de nós dois. Depois eu faço um post com dias perfeitos ao lado dela.

1) A gente acorda às 9h da madrugada. Na verdade, você me acorda chorando, depois de uma boa noite de sono que durou mais do que sete horas (um recorde!). Aí eu te dou uma mamadeira e a gente sai para passear no carrinho que a dindinha te deu de presente. De vez em quando a gente dá uma parada e eu converso com você, contando as coisas da vida. Você começa a ficar enjoadinho, a gente volta pra casa, rola um banho, mais uma mamadeira e lá vai você dormir. Aí eu aproveito para entrar na internet, assistir a um joguinho na TV e, quem sabe, um cochilo de 20 minutinhos. Você acorda, toma mais uma mamadeira e a gente fica brincando no seu tapete de borracha. Faço cócegas, você dá risadas gostosas e a gente fica assim quase a tarde toda. Ainda dá tempo de mais um passeio. Vamos para casa, mais uma mamadeira, mais uma brincadeira, o banho para dormir e pronto!

2) São 7h30 da madruga e você corre para me acordar: "Vamos, pai, tá na hora!". Eu levanto e a gente vai para uma cachoeira. Chega perto de meio-dia, vamos almoçar. Você dorme ainda no carro, depois de acabar com um sorvete – e com o banco do carro, que está totalmente melado. Acorda, toma um banho e já se prepara para assistir à Gama x Botafogo, no remodelado Bezerrão (ah, foi o Gama que subiu para a Série A, antes das piadinhas jocosas). Voltamos rápido para tomar banho e correr para o aniversário do seu primo Miguel. E depois é cama, sem televisão!

3) São 11h da madruga e você me acorda: tenho que te levar a um churrasco dos amigos no Lago Norte. Lá vou eu falando sozinho enquanto você não larga o ipod. Pelo menos é rock. Lá pelas 19h você chega em casa. Como havia prometido, não bebeu nada, mas agora eu tenho que te levar para uma festinha roquenrrol. É claro, você faz questão que eu vá junto, afinal, ninguém conhece tanto do estilo musical do que seu paizão. Sim, seus amigos morrem de inveja porque eu vou para festinhas com você, canto e danço todas as músicas e faço as piadas mais legais. Lá pelas 4h a gente volta pra casa, canto juntos alguma música do Metallica...

4) Estou na frente de casa, esperando há pelo menos uma hora e meia por você. Não, você não está atrasado. É porque velho é cheio de manias, pressas e atrasos. Você vai me levar para passear no Parque da Cidade. A gente faz isso todo domingo. Você me coloca no carro, a gente vai conversando sobre a vida, você sempre me pede para eu contar histórias antigas (algumas inventadas). Depois, com dificuldade, já que minha bengala atrapalha mais do que ajuda, a gente dá uma voltinha pelo parque. Toma um picolé. Conversa. E depois vai almoçar. Depois você me leva para brincar com meus netos. O domingo chega ao fim e eu vou ler um bom livro e lembrar desses dias perfeitos. Que são perfeitos porque estou com você.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Da transitoriedade da vida...


Fico com medo de ficar monotemático. Não aqui. Afinal, o blog é uma pseudo-auto-análise-condescendente-sobre-o-exercício-de-ser-pai-sem-ainda-sê-lo. Digo, na vida, no dia-a-dia, nas conversas. Afinal, várias vezes no dia me pego pensando no Theo. Brinquedinhos, brincadeirinhas, conversinhas, historinhas, mamadeirinhas, horinhas sem dormir. Tudo isso me diverte, me faz lembrar da transitoriedade das coisas, na efemeridade da vida, blá, blá, blá...

Pois é, mas me sinto mal falando disso com os outros. Sim, porque quando me perguntam, eu posso falar horas sobre esses sentimentos estranhos, essa felicidade sem hora, uma coisa boba que eu sinto que só faz sentido pra mim. Desculpem por não falar sobre isso, é coisa minha. Minha e do Theo.

Também não quero encher os outros com o que pode parecer uma superioridade que não existe. Tipo: cara, você só vai saber de verdade o que é a vida quando tiver um filho. Balela. Até parece que quem tem cinco filhos sabe mais da vida. Eu estou falando de sentimentos. Que são milhares na vida de um ser humano. E viver sem um deles é possível, é provável. Pode ser até necessário. Mas é que eu precisava desse sentimento, saca? O quê? Claro que eu já pensei que ter filhos é ser inconseqüente, jogar mais um ser vivente na Terra, sofrer na hora do parto, sofrer na adolescência, sofrer quando se tornar adulto, sofrer quando ficar sozinho, sofrer quando chegar a velhice... pensando assim, a morte pode ser algo muito bom. E é.

É, eu sei, pode ser egoísmo meu, pensando desse jeito. Mas, até agora, viver tem sido essencial pra mim... e privar o Theo de todas essas experiências, essas belezas, essas tristezas, essas alegrias, essas amizades, momentos, sentimentos, lágrimas, risos, angústias, esperanças, enfim, seria uma sacanagem. Tão grande quanto colocar um filho no mundo. Portanto, deixem-me ser egoísta a meu modo. Prometo não chatear ninguém com o papo de ser pai. Pelo menos fora do blog...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mais uma história com moral


Era um campo de várzea. Desses que qualquer um, pobre, rico, filho de deputado ou de gari pode jogar porque é de graça. Um campo onde se encontravam alguns raros tufos de grama. Lá estavam Altino e Chicão. O primeiro jogava o fino, tratava a bola como uma amante, dormia com ela, a chamava de "meu amor" e contava com sua cumplicidade para fazer dos adversários um bando de bobos. Já Chicão era grande, parrudo, pescoço troncudo e de um futebol mais grosso que saco de enrolar prego. Chamava a bola de "vossa senhoria" e não tinha qualquer intimidade com a redonda.

Os dois eram marrentos, cada um a seu estilo. Às vezes, em uma pelada de domingo, Altino passava de Chicão e dava uma risadinha sarcástica. Outras vezes, Chicão dava um tranco em Altino que deixava o craque mais perdido que menino-sem-a-mãe-em-liquidação-na-feira-do-Guará. Depois de cada racha, dividiam um guaraná e estava tudo bem.

Num desses "guaranás", um resolveu tirar onda com outro. Chicão começou. Disse que tinha muito mais chance em um time de futebol profissional do que Altino. Claro, risada geral. Altino, com um risinho no canto da boca, falou para Chicão parar de falar besteira. Tinha gente rolando no chão, passando mal de rir. Chicão não arredava o pé: jogava muito mais bola que Altino.

Por acaso passava por ali um técnico profissional. Seu time disputava a segunda divisão do estado e com algum esforço poderia entrar na primeira divisão do próximo ano. Já experiente, com quase 70 anos, era respeitado no local. E sempre acompanhava as peladas por ali. Chamaram o tal técnico: e aí, quem era melhor, Altino ou Chicão? Colocaram os dois para jogar. Altino apresentou todas as suas armas, seus melhores dribles, seus mais bonitos gols. Conseguiu passar três vezes por Chicão. As outras 16 ficou na muralha-humana. Mas nas oportunidades que venceu o zagueirão, fez os gols. No fim, a pergunta para o técnico, que respondeu sem titubear, para surpresa de todos:

– É óbvio que o melhor é o Chicão. Com três desse tipo, não há time que consiga vencer o meu!


Moral da história: Quem nasce com o espírito pequeno, pode vestir qualquer roupa, pode se travestir de qualquer profissão. Mas morrerá com o espírito pequeno. E nunca vai conseguir enxergar que a beleza, na maioria dos momentos da vida, é bem mais importante que o pragmatismo.


(Livre adaptação de fábula de Monteiro Lobato)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

É brincadeira!


Não gosto muito daqueles comentários de pessoas saudosistas que ficam falando: "Na minha época isso era muito melhor!" Há que se respeitar os dias de hoje, pombas! Em diversos níveis: antes o Campeonato Brasileiro era de melhor qualidade. Mas há muito tempo não se vê tanto equilíbrio. Antigamente nós tínhamos Mansell, Senna, Piquet e Prost na Fórmula 1, mas hoje nós podemos ver um negro correndo e um brasileiro novamente com chances de ganhar.

Escrevo isso por causa das brincadeiras de criança. Eu não era muito daqueles meninos rueiros, que passam o dia inteiro jogando bola e subindo em árvore. Meu irmão era muito mais disso. Mas eu tinha meus momentos. Adorava ser goleiro e quando queriam um bom na posição, me gritavam da janela para eu descer e jogar. Também soltei muita pipa – podem duvidar, mas até já montei algumas – e desci de carrinho de rolimã no Cave. E no mesmo lugar eu subia em árvore para catar jamelão. Adorava brincar de carniça e pique-esconde. Lembro até hoje de algumas noites muitos quentes no Guará, em que minha mãe descia com a gente e brincava de pique-bandeira até tarde.

Ah, e bete! Uma amiga minha, a Ieda, chegou a quebrar os dentes porque ficou muito perto quando alguém que rebatia subiu demais o cabo de vassoura na hora de acertar a bolinha. Bicicleta! Quando eu já tinha mais de 10 anos, corria o Guará inteiro com minha caloicross com cores ianques. Só que também era época do Atari. E o que é que tem brincar de Atari? O que é que tem se enfurnar um pouco em casa e se matar em jogos eletrônicos?

Quero ensinar algumas brincadeiras de rua para o Theo (e para quem mais vier). Quero levá-lo pelo menos uma vez por semana ao Parque da Cidade. Uma vez por mês a uma cachoeira. Vou ser paciente na hora de ensiná-lo a andar de bicicleta. Quem sabe colocá-lo em uma escolinha de futebol, mas desde que seja sem pressão, só pela brincadeira. Vou para a chácara da minha família e subir com ele em árvores. Ah, bolinha de gude também! E correr muito, e pular muito, e rir muito. Tá tudo planejado.

Mas um playstation estará guardado ali, dentro do armário. Aí teremos um dia de chuva. Ou em uma época de doença. Ou em uma noite de férias, em que poderemos acordar mais tarde. Ou quando estivermos cansados de ir para a rua. Enfim, aquela tela brilhante vai nos enfeitiçar e passaremos algumas horas sendo craques do futebol, heróis matando zumbis, princípes antigos atrás de tesouros. Porque tem coisas que hoje são muito melhores do que eram antigamente.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Leituras e releituras


Eu devia ter uns oito ou nove anos de idade. Mas desde antes, quando chegava à casa dos meus avós paternos, na Asa Norte, fica boquiaberto, olhando para cima. Meu alvo era uma estante de um marrom muito escuro, quase preto. E lá em cima estavam vários livros de capa verde. Uma coleção inteira de Monteiro Lobato. Assim que aprendi a ler, meus avós me deram todas aquelas obras. Acho que eram uns 10 livros. Acabei em três ou quatro anos de ler tudo. E até hoje sou um ardente perseguidor das letrinhas.

Quer dizer, ultimamente tenho andando meio relapso. Blog, trabalho, preparações para o bebê, muita televisão. Enfim, posso dar milhares de desculpas. Mas isso é só uma questão de tempo. Já separei Radical Chique e o Novo Jornalismo, do Tom Wolfe. Começo a ler neste fim de semana. Sem falta. Mas o que eu queria dizer mesmo é que tenho o penoso objetivo de fazer com que Theo também se apaixone por livros, como aconteceu comigo.

Apesar da cara feia da Fernanda, montei uma pequena biblioteca na nossa sala. Não tem nenhum livro de criança, mas já estou pronto para comprar alguns (calma lá, né, o moleque ainda nem nasceu...). O mais importante é ele ficar olhando para cima, vendo todas aquelas capas coloridas e, de repente, pedir para eu pegar um para ele, mesmo que seja só para ficar olhando as figuras. Quem sabe ele não aponta para A Sangue Frio (Truman Capote), que tem um vermelho intenso. Ou para Timbuktu (Paul Auster), também vermelho sangue. Ou pelo menos Slam (Nick Hornby), que é preto mas com letras alaranjadas.

Bom, se a visão de Theo não chegar até lá em cima, pelo caminho ele vai encontrar o computador. Já é um começo. O problema é que logo à esquerda temos a Televisão, em uma posição bem mais baixa, fácil, fácil para se mexer. Ai, meu Deus, será que é melhor eu colocar os livros mais embaixo?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Meu filho, Theo


O nome é Theo. Não vai ser unanimidade. Tudo bem, a unanimidade é burra. Mas existem motivos, existe um significado, uma razão. Em primeiro lugar, vários nomes passaram pelas nossas cabeças. Quando um gostava, o outro não. Quando o outro gostava, o um não. Até que surgiu Theo. Os olhos brilharam, os sorrisos se encontraram, os pensamentos concordaram.

Seria Téo? Teo? Théo? Theo? Gostamos do último. Vai ser assim, Theo. Para mim, antes de saber o significado, era um nome pequeno e forte. Curto, simples e que vai direto ao ponto. Também parece com Leo. E isso já é uma vantagem...

Theo também remete, de forma meio óbvia, ao nome grego para Deus, para as coisas relativas a Deus. Na verdade, como nome de pessoas, significa presente de Deus. Correndo o risco de cair em um lugar-comum e ser piegas, nosso Theo pode se sentir assim. Para mim e para minha companheira, a graça de ter nosso filho é algo que não pode ser pensado ou sentido apenas como algo vindo de uma relação humana.

Vi em outro site que também há uma raiz eslava no nome. Pode ser uma variação do nome Thor. Mas isso é especulação. Em eslavo quer dizer Deus da Guerra. Segundo o site, é o nome de pessoas corajosas.

O que mais me salta a vista no nome Theo, porém, é a letra T. O Tau. O símbolo de São Francisco de Assis. E foi em um encontro franciscano que eu e minha Alma Gêmea nos encontramos pela primeira vez. Nos casamos na igreja Santo Antônio, uma paróquia franciscana. Antes de me casar, eu tinha uma pequena coleção de São Francisco. Ainda hoje, na nossa casa, duas imagens de São Francisco ficam sobre nossa cama.

Eu posso pensar em outros vários significados verdadeiros e profundos (para mim) do nome Theo. Mas agora só tem um que importa: Theo é meu filho.