terça-feira, 11 de novembro de 2008

É brincadeira!


Não gosto muito daqueles comentários de pessoas saudosistas que ficam falando: "Na minha época isso era muito melhor!" Há que se respeitar os dias de hoje, pombas! Em diversos níveis: antes o Campeonato Brasileiro era de melhor qualidade. Mas há muito tempo não se vê tanto equilíbrio. Antigamente nós tínhamos Mansell, Senna, Piquet e Prost na Fórmula 1, mas hoje nós podemos ver um negro correndo e um brasileiro novamente com chances de ganhar.

Escrevo isso por causa das brincadeiras de criança. Eu não era muito daqueles meninos rueiros, que passam o dia inteiro jogando bola e subindo em árvore. Meu irmão era muito mais disso. Mas eu tinha meus momentos. Adorava ser goleiro e quando queriam um bom na posição, me gritavam da janela para eu descer e jogar. Também soltei muita pipa – podem duvidar, mas até já montei algumas – e desci de carrinho de rolimã no Cave. E no mesmo lugar eu subia em árvore para catar jamelão. Adorava brincar de carniça e pique-esconde. Lembro até hoje de algumas noites muitos quentes no Guará, em que minha mãe descia com a gente e brincava de pique-bandeira até tarde.

Ah, e bete! Uma amiga minha, a Ieda, chegou a quebrar os dentes porque ficou muito perto quando alguém que rebatia subiu demais o cabo de vassoura na hora de acertar a bolinha. Bicicleta! Quando eu já tinha mais de 10 anos, corria o Guará inteiro com minha caloicross com cores ianques. Só que também era época do Atari. E o que é que tem brincar de Atari? O que é que tem se enfurnar um pouco em casa e se matar em jogos eletrônicos?

Quero ensinar algumas brincadeiras de rua para o Theo (e para quem mais vier). Quero levá-lo pelo menos uma vez por semana ao Parque da Cidade. Uma vez por mês a uma cachoeira. Vou ser paciente na hora de ensiná-lo a andar de bicicleta. Quem sabe colocá-lo em uma escolinha de futebol, mas desde que seja sem pressão, só pela brincadeira. Vou para a chácara da minha família e subir com ele em árvores. Ah, bolinha de gude também! E correr muito, e pular muito, e rir muito. Tá tudo planejado.

Mas um playstation estará guardado ali, dentro do armário. Aí teremos um dia de chuva. Ou em uma época de doença. Ou em uma noite de férias, em que poderemos acordar mais tarde. Ou quando estivermos cansados de ir para a rua. Enfim, aquela tela brilhante vai nos enfeitiçar e passaremos algumas horas sendo craques do futebol, heróis matando zumbis, princípes antigos atrás de tesouros. Porque tem coisas que hoje são muito melhores do que eram antigamente.

4 comentários:

Anônimo disse...

Já vi seu planejamento... querendo um playstation e colocando a culpa no Theo hehehehhee...
E esqueceu dos joguinhos de tabuleiro, de cartas... o Miguel adora e é bem legal jogar com ele e relembrar como se joga.
TE AMO!

G. Fernanda disse...

rsrsrs... aposto ainda que pra ficar bem esperto e poder ensinar todas as manhas dos jogos para o seu Theo, você treinara bastante no playstation enquanto ele ainda não pode jogar né? rsrsrs Sei...

Anônimo disse...

Jogar golzinho na rua, dar a volta no Guará de bicicleta, pique-pega, porradobol, "parebola", ir ao parque e subir pelo foguete, tudo isso dá muita saudade.
Mas os jogos eletrônicos, hum, realmente hoje estão mil vezes melhores. E o Dudu vai aprender rápido...

Felipe disse...

ei MURF MURF,

Compra um PS3 pra ele (ele merece), que eu vou lá jogar Grand Theft Auto com o moleque. Super educativo, instrutivo e recomendável.

E vê se tira a bunda da cadeira, porque vc esta ficando grávido de nove meses. O PS vai só te detonar.

MURF MURF